sábado, 7 de fevereiro de 2009

Arquitetura, arte ou necessidade?

É muito comum ouvirmos que arquiteto é um artista, que precisa ter inspiração, ou que aquele edifício só um artista poderia ter feito. Porém, gostaria de fazer uma pergunta: Você já parou para pensar o quanto de arquitetura há a nossa volta no dia-a-dia?
Se você acordar e olhar para os lados, ainda deitado, verá o quarto em que dorme e isso é arquitetura. Se você estiver em ambiente frio durante o inverno, se sentirá bastante desmotivado a levantar da cama. Se você trabalha num local, sem iluminação adequada, ou sem ergonomia para realizar suas tarefas, sua produtividade será afetada. Ou ainda, sejamos mais simplistas, o quanto irrita aquela garagem que tem as vagas sub-dimensionadas e que, a cada vez em que você sai com o seu automóvel, fica nervoso com a possibilidade de um arranhão no seu "querido" carro novo. Este sentimento irá se transformar em irritação no dia que este transtorno acontecer. Pergunto novamente: será que existe arte nessa arquitetura que utilizamos cotidianamente? Acredito que sim, afinal conciliar da melhor maneira todas as solicitações de um projeto exige conhecimento e esforços que, somados, podem ser considerados arte. No entanto, não é a essa arte que as pessoas se referem quando falam do arquiteto artista. Geralmente é o aspecto plástico, visual, que chama mais a atenção. Não quero defender uma arquitetura sem beleza, até porque, como já disse o poeta, as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental. Todavia, não estamos subestimando o real papel da arquitetura? Qual é o valor dado ao projeto de arquitetura na decisão de compra de um imóvel? O quanto os governos estão valorizando e incentivando a arquitetura da cidade? Num mundo onde sustentabilidade é uma palavra chave para o desenvolvimento da humanidade, qual será o papel da arquitetura, arte plástica ou ferramenta de desenvolvimento de uma sociedade sustentável ?